sábado, 13 de dezembro de 2008

Nova Hilux e SW4









Uma leve plástica, mais itens de conforto, opção de propulsor movido a gasolina para a picape e terceira fileira de bancos para o SUV. Foi de forma discreta, bem ao modo japonês, que a Toyota mexeu na linha Hilux para 2009. Sem estardalhaço, a montadora melhorou um produto que já é referência em seu segmento e, aproveitando o jeito discreto de fazer as coisas, não deixou quase ninguém perceber que também aumentou os preços: a versão top de linha (SRV 4x4 cabine dupla automática), por exemplo, ficou R$ 3 600 mais cara, enquanto a de entrada (STD 4x2 cabine simples 4x2) pede um cheque R$ 800 mais gordo.

Em linha com a disciplina oriental, a Toyota segue coerente e não cobra a mais apenas pela renovação visual da Hilux, que traz grade dianteira e lentes dos faróis redesenhadas e novo pára-choque: a opção mais luxuosa ganhou comandos do rádio e do computador de bordo (também inédito) no volante, painel de instrumentos do tipo Optiron (o mesmo do Corolla), ar-condicionado digital e bancos de couro, entre outros. A intermediária SR traz agora pormenores como console com porta-óculos e alargador de pára-lamas, além da estréia do bom motor 2.7 l 16V com tecnologia VVT-i. Em comum para todas as versões com cabine dupla, novas rodas e acerto de suspensão traseira.

Em Pilar, na Argentina, o Carro Online pôde percorrer apenas 11 km com cada versão, trajeto obviamente curto para uma avaliação mais contundente, mas suficiente ao menos para conhecer a opção a gasolina, que estréia em 7 de novembro nas concessionárias junto aos outros modelos. Só gasolina? Por enquanto, sim. “Embora ainda não seja flex, nossa picape tem garantia de 3 anos e excelente desempenho”, disse Frank Gundlach, gerente-geral de marketing da montadora. Ou seja, a tecnologia bicombustível é questão de tempo.

Ao volante, a Hilux 2.7 VVT-i – nome escolhido para a novidade – agrada bastante. A primeira girada na chave com a porta ainda aberta assusta, já que o barulho alto do bloco de 2694 cm3 lembra até a versão diesel, mas o isolamento acústico trabalha bem com vidros fechados e ar-condicionado ligado. Os 158 cv de potência a 5 200 rpm e os 24,5 kgfm de torque a 3 800 rpm não fazem a vida de quem está acostumado com motores a diesel tão dura na cidade, embora o motorista deva sentir certa falta de torque em circuito off-road – como dissemos, a avaliação foi curta para tirar essa prova.



Câmbio, só manual de 5 marchas. Não chega a ser duro como o da irmã mais cara, mas também não passa perto da suavidade de um Corolla. Da versão anterior do sedã, aliás, a picape leva itens como o volante e o rádio em todas as opções, criando um ambiente de carro de passeio por dentro. Em relação à luxuosa SRV diesel, a SR a gasolina também tem cabine mais simples.

Só que tudo faz sentido na hora de assinar o cheque de R$ 79 600 pelo lançamento. São nada menos que R$ 39 200 de diferença para a equivalente a diesel, que traz a mais tração 4x4, bancos de couro, computador de bordo e apliques imitando madeira, entre outros. Certamente esse investimento vale para quem vive no campo, mas, para os “caubóis do asfalto”, a economia é muito bem-vinda. Mesmo assim, a Toyota é cautelosa ao estimar as vendas da nova versão: apenas 10% do mix. A julgar pelo sucesso que esses modelos fazem na cidade, porém, tudo indica que a participação da Hilux a gasolina será maior.








A versão fechada (e mais luxuosa) da Hilux também mudou. E, diferentemente de antes, agora ela traz identidade própria: faróis, grade e pára-choques são diferentes da picape. A traseira também passou por leves modificações.

Mas o mais interessante está dentro do SUV. A estréia da terceira fileira de bancos agora permite levar sete passageiros com um conforto razoável para os dois que ficam lá atrás. Ao contrário de algumas minivans, que tornam a viagem de adultos desconfortável se eles estiverem na “turma do fundão”, a SW4 abriga numa boa os mais crescidos, mas, como é característica nesse tipo de solução, torna o acesso difícil.

Os passageiros também podem desfrutar de saídas de ar-condicionado na segunda e terceira fileiras. Os itens de conforto agregados à Hilux SRV também chegam ao SUV. O preço, porém, não foi divulgado, o que deverá ocorrer apenas no Salão do Automóvel. A versão anterior custava R$ 154 100.


Por mais que o custo/benefício da nova 2.7 VVT-i seja atraente, as estrelas da linha Hilux ainda são as versões movidas a diesel, sobretudo as luxuosas SRV. Com preço a partir de R$ 107 600 (4x2 manual), a série ainda traz a 4x4 manual (R$ 118 800) e a top 4x4 automática (R$ 125 600).

Suave de dirigir, a picape, no curto test-drive, deu a impressão de pular um pouco menos graças ao novo acerto da suspensão. As demais características da Hilux, como interior agradável e bem-acabado e projeto moderno diante das concorrentes (ela foi lançada em 2005), permanecem por lá e se unem num conjunto que torna o modelo da Toyota superior ao das rivais. Agora mais do que nunca, como diria um famoso apresentador.

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