quarta-feira, 13 de maio de 2009

Agência ambiental norte-americana cobra mudança no combustível



Gasolina nos EUA poderá ter 15% de álcool


Enquanto o Brasil já tem carros rodando com apenas álcool no tanque há mais de três décadas, os norte-americanos questionam o aumento da proporção do combustível vegetal na gasolina de 10% para 15%. A decisão terá um veredicto até o dia 10 de dezembro. Até lá, especialistas, donos de postos, engenheiros, políticos, advogados, governantes, entre outros profissionais, defendem seus pontos de vista a respeito de um assunto que envolve mais de 500 milhões de motores nos Estados Unidos, instalados em veículos dos mais variados, desde cortadores de grama até picapes gigantes.

Segundo Clarence Ditlow, diretor do Center for Auto Safety, órgão de cuida da segurança dos veículos automotores nos Estados Unidos, “um dos aspectos importantes sobre essa questão é que o uso de álcool na gasolina numa proporção acima de 10% implica na perda da garantia, conforme os manuais de vários modelos disponíveis no mercado”, explica. De outro lado, vários estudos concluem que não existem problemas em utilizar a mistura E15. Os trabalhos foram feitos não apenas pelo Departamento Federal de Energia, mas também pela Associação de Combustíveis Renováveis, do Instituto de Tecnologia de Rochester, além do engenheiro Michael Harrigan, consultor da Ford e especialista em sistemas de combustível.

Mas a questão segue sendo discutida. Charles Territo, porta-voz da Associação dos Fabricantes de Veículos, entidade que reúne 11 marcas, diz que ainda é cedo para ter certeza de que uma mistura com mais de 10% de álcool na gasolina não vai causar problemas. “Mais testes ainda são necessários. Nós não estamos dizendo que a situação atual deve durar para sempre, apenas pedimos mais tempo para que todos os testes necessários estejam completos”, diz ele. Donos de postos também estão preocupados com a questão, já que a mudança no combustível pode envolver a troca de bombas e de tanques armazenamento por outros de fibra de vidro. “Isso seria terrível para nós”, afirma Carl Boyett, presidente da associação dos vendedores de combustível.

Entretanto, a grande questão é que, conforme a agência ambiental norte-americana, a mistura E15 irá aumentar a segurança, ativar a economia, criar mais empregos, reduzir custos de transporte e diminuir as emissões de poluentes. Além disso, a E15 é importante para que se cumpra das metas do Ato de Segurança e Independência Energética assinado em 2007. O ato inclui o uso gradativo de combustíveis renováveis nos Estados Unidos – de 11 bilhões e galões em 2009 para 36 bilhões em 2022. Para alcançar essas metas, as refinarias terão que adicionar biocombustível na gasolina. Há dois anos foi estabelecido que, em 2008, seriam consumidos 9 bilhões de galões de etanol e a indústria consumiu 9,6 bilhões. Mas os americanos gastaram menos gasolina que o esperado, o que acende o sinal amarelo porque, no ritmo atual, será difícil atingir as metas do uso de etanol com a mistura E10 que vigora atualmente.

Em testes feitos em vários modelos vendidos no mercado norte-americano chegou-se à conclusão de que carros fabricados a partir de 2004 funcionam sem problemas com a gasolina E15 já que contam com sistemas de injeção de combustível capazes de se adaptarem ao combustível que estiver no tanque. Por isso, chegou-se a cogitar que apenas esses carros mais modernos poderiam utilizar a gasolina E15. Seriam por volta de 79 milhões de carros, segundo estatísticas. De qualquer forma, as vantagens da E15 são claras e não haveria mais razão de adiar uma solução para essa questão, já que também ajudaria os Estados Unidos a serem menos dependentes do petróleo, problema que vem acontecendo, pelo menos, nos últimos 30 anos

Fonte: AUTO ESPORTE

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