domingo, 29 de agosto de 2010

KIA Sportage




No ano passado, a Hyundai, que já vendia muito bem o Tucson, lançou o ix35, um veículo polivalente: bom para as aventuras fora da estrada, mas também confortável para o asfalto. Agora a Kia, que faz parte do mesmo grupo, estreia o novo Sportage, dentro do mesmo espírito multiúso. Com os mesmos 4,40 metros e a mesma base mecânica do ix35, por aqui o modelo renovado deve desembarcar em setembro deste ano, antes mesmo do Salão do Automóvel de São Paulo.

Além do nome, o sucessor pouco tem do “velho” Sportage, mais convencional quando o assunto é estilo. Os primeiros traços do novo Sportage foram revelados no protótipo, o Kue, apresentado no Salão de Detroit, em 2007. “Queríamos fazer um carro que tivesse o DNA dos novos carros da nossa marca, como a nova grade frontal, e também espírito jovem, com um novo perfil, que remete a um cupê esportivo”, afirma o italiano Massimo Frascella, um dos gerentes de projeto da Kia. Segundo ele, isso foi obtido com vidros traseiros mais estreitos e contornos mais radicais. Além do efeito estético, com as alterações houve um ganho na aerodinâmica: agora o Cx é de 0,37 – ante 0,40 do anterior. Na sua nova pele, o Sportage simplesmente disse “annyong-hi kashipshio,” ou seja, “adeus”, em coreano, ao estilo caixote, meio brutalhão. O jipe fez tudo para virar um crossover.

A metamorfose se deu sob os olhos e as mãos de Peter Schreyer. Hoje ele é o cérebro por trás da revolução que transformou a imagem dos Kia em modelos mais insinuantes. Schreyer trouxe mais do que credenciais da Audi. Um exemplo? Os leds que contornam os faróis dianteiros do Sportage servem para melhorar a visibilidade, mas também como uma bela identificação visual para marcar o novo estilo da Kia.

Quando entro no carro estacionado diante da sede da empresa, em Seul, descubro outra virtude neste coreano: o Sportage ficou maior. Na ponta do lápis, ganhou 9 cm de comprimento, 6 cm de altura, 1,5 cm de largura e 1 cm a mais de entre-eixos. Há bom espaço para guardar objetos no porta-luvas (refrigerado na versão avaliada), no porta-trecos do console central e nas portas dianteiras. No porta-malas cabem 564 litros, ou 1353 com o banco de trás rebatido.

Concessões em acabamento e qualidade dos materiais nos novos Kia parecem ser coisa do passado. O volante é revestido de couro e abriga os comandos de rádio. Ar-condicionado e seis airbags são de série e o CD player tem entrada USB e para iPod. Nada parece ter sido instalado sem que fosse pensado cuidadosamente. E isso resultou em pontos como o bonito conjunto de velocímetro, conta-giros e medidores de tem peratura do motor e pressão do óleo. Na versão avaliada, as portas tinham revestimento plástico laranja de boa qualidade, no mesmo tom da costura dos bancos, e deram um toque divertido ao interior. “No começo, ficou claro que teríamos de fazer algo mais que um carro prático”, diz Ralph Kluge, diretor da equipe que desenhou o interior do novo Sportage.

Alerta de pedestre
Há ainda novidades eletrônicas como um detector de pedestre – se um deles aparecer diante do carro, é disparado um sinal que alerta para o risco de atropelamento. Outro item de segurança são duas câmeras que ampliam o campo de visão do motorista para 180 graus. Para entrar no carro, basta que a chave (na verdade, um pequeno transponder) esteja no bolso. Para ligar o motor, é só apertar o botão “Start” no painel. Trata-se do novo 2.0 LR diesel que Kia e Hyundai desenvolveram juntas e que aposenta o 2.7 V6, que equipava os Sportage. O principal objetivo com a adoção desse motor de 136 cv foi fazer o coreano andar mais e beber menos. Apesar de maior, o novo Sportage emagreceu 91 kg. O novo motor também contribuiu com esse alívio, graças a um bloco de alumínio, que conta com turbo de geometria variável. Com torque de 32 mkgf a 1 800 rpm, nem é preciso pisar fundo no acelerador para ter uma boa sensação. No 0 a 100 km/h, agora ele crava 10,8 segundos e chega a 182 km/h. Há também um 2.0 a gasolina com 161 cv e torque de 19,5 mkgf a 4 500 rpm. Nos próximos meses, chega um 1.7 diesel de 115 cv e um 1.6 gasolina de 140 cv.

A suspensão traseira foi redesenhada e proporciona um comportamento mais esportivo que confortável. O câmbio automático tem seis marchas e permite trocas manuais. Estreante, a direção elétrica ajudou a mantê-lo esperto nas ruas. Com 17,2 cm de altura livre do solo e números razoáveis para um fora de estrada (22,7 graus de ângulo de entrada, 28,2 graus de saída, 44 graus de inclinação de rampas e controles eletrônicos para mantê-lo estável em ladeiras), ele joga bem sua carta de polivalente. Ficará ainda mais intrépido no segundo semestre, com a versão 4x4.

Estilo moderno, materiais de mais qualidade, sete anos ou 150 000 km de garantia (na Europa): eis a receita para o Sportage buscar seu lugar ao sol em um segmento que está entre os que mais crescem. Só resta esperar que a Kia não perca a tradição de preços competitivos. Desse conflito coreano, ninguém tem medo. Ao contrário, todos estão ansiosos por ele.
Fonte: http://quatrorodas.abril.com.br/carros/impressoes/kia-sportage-580254.shtml#galeria

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