quinta-feira, 4 de abril de 2013

Hyundai HB20X



Na hora do vamos ver, os pneus mais “bifudos” combinados aos 40 mm a mais de altura no vão livre fazem diferença considerável, para o bem e para o mal. Com esta combinação, você pode dirigir de forma bem mais relaxada e confortável na buraqueira da cidade. Os pneus mais altos absorvem melhor impactos em buracos, tartarugas e falhas no piso, enquanto a suspensão trabalha com um pouco mais de respiro, graças ao curso levemente alongado. Para dar nos batentes dela, você precisa dirigir de forma estúpida, como se estivesse em um utilitário.

Então, onde está o lado ruim da coisa? Bem, este conforto extra cobra um preço nas estradas de serra: com o centro de massas mais alto, é natural que o HB20X incline um pouco mais nas curvas que seu irmão urbano – e os pneus mais altos dobram pouco mais com a aceleração lateral.

Mas as limitações aparecem mais nas sensações que no cronômetro. Sim, ele rola mais que o HB20, contudo, a aderência está toda ali – os pneus dão até mais aviso sonoro e tátil dos limites que os do seu irmão – e os amortecedores estão muito bem ajustados para controlar a carroceria em transições rápidas: a sensação dinâmica não é nada molenga ou esponjosa. Confesso que não sou fã do gênero aventureiro, mas seria mentira dizer que o HB20X não oferece diversão e segurança em trechos sinuosos – ainda que o HB20 seja melhor neste assunto.

Um dos principais trunfos deste hatch é o motor 1.6 Gamma. Bloco, cabeçote e pistões de alumínio, comando variável de válvulas (na admissão) acionado por corrente, 128 cv a 6.000 rpm e torque de 16,5 mkgf a 5.000 rpm (com etanol). A 3.000 rpm entra em ação o segundo perfil do comando de admissão: para o bichano empurrar bem, mantenha as rotações acima disso – e para economizar combustível, mantenha as rotações abaixo de 3.000 rpm.

O HB20X tem duas opções de transmissões: automática de quatro marchas e manual de cinco. Somos fãs da última opção, nem tanto da primeira. A automática, a mesma do antigo i30, é suave e tem trocas bem rápidas, mas esbarra em dois detalhes: por ter apenas quatro marchas, há buracos de aproximadamente 1.500 rpm entre cada uma delas, resultando em berros alternados com sussurros do motor em subidas longas – situação comum em estradinhas vicinais. Para controlar isso, faltou o sistema de trocas sequenciais, seja na alavanca ou por borboletas. Já a manual é um espetáculo: o trambulador é ágil e preciso e a embreagem possui ótima calibragem, de fácil modulação. Não chega a ser tão rápida quanto a MQ200 da VW, mas é mais suave nos engates. O conjunto lembra o do Chevrolet Onix.

A guerra é franca e declarada pela marca: o HB20X vai atacar o Crossfox e o Sandero Stepway. Vai ser uma briga boa. O Volkswagen e o Renault são maiores e mais espaçosos atrás, mas não são tão completos e ágeis quanto o Hyundai – que ainda vem com cinco anos de garantia e tem o fator novidade a seu favor. No seu lugar, eu ficaria de olho, mas não de muito perto: vai voar lama e cascalho para todos os lados.


Fonte: CAR AND DRIVER

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