terça-feira, 21 de abril de 2009

Etiqueta de consumo do Inmetro

A etiqueta de consumo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), encontrada em geladeiras e outros eletrodomésticos, também será aplicada aos automóveis novos. O programa do Inmetro, em parceria com a Petrobras, e anunciado no passado, foi oficializado nesta sexta-feira (17), em cerimônia na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Lá os primeiros carros que participaram dos testes de consumo do instituto foram etiquetados - mas, por enquanto, o selo é apenas simbólico.

A simbologia se explica: cabe às montadoras decidirem se querem ou não aplicar a etiqueta aos veículos. Pelo menos três das cinco fabricantes que aderiram ao projeto (Fiat, General Motors, Honda, Kia e Volkswagen) optaram em não aplicar o selo aos carros saídos de fábrica, pelo menos neste ano. Isso quer dizer que será pouco provável encontrar as etiquetas nos carros nos próximos meses. Porém, com ou sem etiqueta, que é aplicada no vidro traseiro esquerdo e não pode ser retirada antes da comercialização do veículo, o consumidor tem o direito de exigir os dados de consumo na rede de concessionárias.

A participação das fabricantes no programa é voluntária. Assim que uma montadora adere ao Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBE Veicular), essa empresa deve submeter 50% do volume de sua frota a testes de consumo em laboratório (sejam eles das próprias montadoras ou em outros indicados pelo Inmetro), conforme norma ABNT NBR 7024. Esse percentual será obrigatório a partir de 2010, já que, por enquanto, o programa está na primeira fase, considerada experimental.

Depois de passarem pelos testes - que simulam situações muito próximas às condições reais de uso do veículo, com ciclos de condução e combustíveis padronizados -, os veículos são classificados de 'A' (menor consumo energético) a 'E' (maior consumo), de acordo com os concorrentes de sua categoria. São quatro categorias (sub-compacto, compacto, médio e grande), estabelecidas com base na área que o veículo ocupa.

Todos os anos, as montadoras devem renovar sua participação no programa. Portanto, o veículo hoje classificado como 'A, pode cair para 'B', 'C', 'D' ou 'E', no próximo ano, assim que novos concorrentes aderirem ao selo. Como o programa está em fase inicial e há poucos participantes, esta probabilidade é muito maior agora. É por isso que pelo menos as três grandes montadoras, Fiat, GM e Volkswagen, ainda estão cautelosas quanto à aplicação da etiqueta nos veículos saídos de fábrica.

Na categoria sub-compacto, o PBE Veicular teve participação, até agora, de três marcas (Chevrolet, Fiat e Kia Motors), que submeteram 10 modelos aos testes de consumo. São eles: o Chevrolet Celta 1.0 l e 1.4 l (versões de duas e quatro portas), o Fiat Mille Way 1.0 l, o Palio ELX 1.4 l e 1.8 l (duas e quatro portas) e o Kia Picanto 1.0 litros (câmbio manual e automático). Da disputa entre esses 10 modelos, saiu a classificação de 'A' a 'E', que coloca Mille e Picanto como os mais econômicos. O compacto da Fiat registrou, com álcool, 10,8 km/l em ciclo urbano e 13,2 km/l na estrada, já com gasolina 15,7 km/l e 19,2 km/l, respectivamente. No caso do Picanto, que só roda com gasolina, as melhores médias foram de 16,2 km/l na cidade e 21 km/l em trechos rodoviários.

Já na categoria dos compactos, que contou com a participação de 14 modelos das marcas Chevrolet, Fiat, Honda e Volkswagen, o título 'A' foi para Honda Fit 1.4 (câmbio manual), VW Gol e VW Polo Bluemotion. Com álcool e ciclo urbano, o Fit fez 9,8 km/l, enquanto os modelos da Volks empataram em 9,5 km/l. Confira a lista no completa no link: Tabela inmetro.

Participar do PBE Veicular é opção da montadora. "Não há previsão que o programa se torne obrigatório. O mercado tornará a etiqueta obrigatória", explicou João Jornada, presidente do Inmetro, referindo-se ao interesse dos consumidores pelo selo, que deve ser cada vez maior. "As outras montadoras sentirão a necessidade de aderir ao programa. O consumidor vai exigir esse direito", disse o executivo.

É importante destacar que os dados da etiqueta são apenas um parâmetro para o consumidor, afinal cada motorista tem seu modo de dirigir, o que influencia totalmente no consumo de combustível do veículo. Carros sem a manutenção correta, como exemplo a calibragem irregular dos pneus, também são fortes candidatos a consumirem mais. Portanto, antes que a moda do selo pegue, guarde o alerta: pense muito bem antes de recorrer ao órgão de defesa do consumidor.

Fonte: http://carsale.uol.com.br/

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