segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Nova Ranger 2010











Por baixo do capô a Ford segue oferecendo à Ranger de entrada o motor 2.3 16V a gasolina de 150 cv a 5 250 rpm e 22,1 kgfm de torque a 3 750 rpm. Já as versões top vem com o bloco 3.0 turbodiesel fornecido pela International de 163 cv a 3 800 rpm e 39,5 kgfm de torque a 1 600 giros, versão que o Carro Online avaliou em estradas e trechos de terra em Campinas, no interior de São Paulo, a convite da fabricante.

“Com a chegada da Ranger 2010 projetamos um aumento de 20% nas vendas do modelo a partir de agosto, quando o carro chega efetivamente às concessionárias”, acredita Wilson Vasconcellos Filho, gerente de picapes da Ford. No entanto, ao ser perguntado sobre a chegada de um modelo com motor flexível o executivo foi claro: “ainda estamos trabalhando nisso”. Enquanto não chega o modelo bicombustível, a picape que atualmente figura na terceira posição do segmento parte para briga contra Chevrolet S10 (que possui versão flex), Toyota Hilux e a Mitsubishi L200 Outdoor, veículos considerados pela Ford como os principais obstáculos no caminho da Ranger.

Para alcançar essa meta de fato, a Ford reduziu os preços de todas as versões da nova Ranger em relação ao modelo anterior. A versão XL 4x2 a gasolina cabine simples tem preço inicial de R$ 45 800 (R$ 3 355 a menos que os R$ 49 255 cobrados anteriormente), enquanto que o modelo Limited recheado de itens e com motor diesel custa R$ 96 730, preço R$ 7 210 inferior ao sugerido anteriormente.

Como as mudanças efetuadas da Ranger foram puramente estéticas, dirigir o modelo 2010 é exatamente igual a versão 2009. O câmbio de cinco marchas mantém o bom escalonamento e o fácil manuseio se tratando de um carro movido a diesel. A embreagem macia também colabora para uma dirigibilidade agradável. A única ressalva, no entanto, fica para a posição muito baixa da alavanca de transmissão, o que pode causar certo incômodo em longas viagens.

Na estrada o veículo é silencioso mesmo com o motor em altas rotações e a suspensão não é mais tão mole quanto as das Ranger dos anos 90. Encare uma via de terra e o no primeiro buraco você se lembrará que está a bordo de uma picape “de verdade”, como exalta a própria Ford, tamanho o balanço da carroceria e o choque nos amortecedores. Quem viaja no banco traseiro da picape sofre mais ainda por conta do assoalho muito alto. As rivais da camionete no país, assim como modelos da própria marca do oval azul no exterior, já solucionaram este problema com carrocerias maiores, que, consequemente, são mais caras.

Ao pisar fundo no acelerador o motor 3.0 International da Ranger responde com vigor, preenchendo as barrinhas do gráfico do turbo no painel rapidamente. Medições com o veículo na pista de teste da TRW em Limeira (SP) marcaram 12s4 na prova de aceleração dos 0 a 100 km/h e 60,7 metros no teste de frenagem a 100 km/h (com ABS). Até aqui um desempenho razoável. Nas provas de retomada, contudo, o carro mostra que é feito para o trabalho. Para ir dos 40 km/h aos 100 km/h, o carro precisou de 10s6, enquanto que a mesma tarefa de 60 km/h a 120 km/h e 80 km/h a 120 km/h o modelo levou 14s6 e 11s3. Não é empolgante e nem deve ser. Segundo a Ford, o modelo nesta configuração alcança 170 km/h de velocidade máxima.

Já o consumo de 8,1 km/l em regime urbano e 12,8 km/l na estrada é condizente para um veículo a diesel de duas toneladas. Com um tanque de 75 litros de capacidade a Ranger é capaz de rodar mais de 800 km sem abastecer. Se for levar peso na caçamba, a marca alerta que a picape carrega no máximo 1 058 kg. A versão Limited desta Ranger ainda conta com os modos de tração 4x4 e 4x4 reduzida, selecionados pelo motorista por meio de um botão giratório no painel. O item é muito mais cômodo, porém, mais sucessível a quebras, diferente dos controles por alavanca. Porém, mantém o carro grudado e muito mais controlável em pisos de pouca aderência.

O motorista que acaba de trocar de Ranger verá ao entrar no modelo 2010 da picape um painel de instrumentos, que assim como o novo volante, busca inspiração no Fiesta. Os designers brasileiros da Ford também beberam na mesma fonte ao escolher o novo rádio do utilitário, que possui conexão com reprodutores sonoros externos e iPod. Porém, apesar das mudanças, o lançamento segue praticamente igual ao modelo anterior. As alterações mais significativas neste ponto são os airbags frontais, agora disponível de série, assim como freios ABS (antitravamento) em todas as versões da picape de visual reformulado.

O couro preto que reveste os bancos e portas da Ranger Limited é de boa qualidade, porém a picape ainda deve mais porta-objetos pela cabine, assim como um sistema de iluminação interna mais eficiente. Fora isso, o modelo se destaca pelo baixo ruído interno, que, rodando a 120 km/h, gira em torno dos 69,4 decibéis.

Um “agroboy” reclamaria da falta de espaço de interno da nova picape da Ford, mas se daria por satisfeito com seu desempenho. Já quem procura um carro para trabalho pesado e com bom índice de confiabilidade a Ranger 2010 oferece sem dúvida um dos melhores custo/beneficio da categoria disponíveis no Brasil. Neste caso, a cara nova é apenas um mero detalhe de um carro construído sobre a mesma plataforma desde o início dos anos 1980.








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