sábado, 26 de setembro de 2009

Nova Pajero TR4 Flex





Márcio Murta

"Não é uma plástica, é um corpo novo". Foi o que disse Reinaldo Muratani, chefe de engenharia da Mitsubishi do Brasil, ao apresentar o Pajero TR4 flex 2010. Segundo a empresa, R$ 100 milhões foram investidos para que o SUV de entrada da marca no Brasil recebesse novo visual externo, alterações internas, além de um novo conjunto de motor, câmbio e suspensão. "Visualmente, só o teto não foi alterado", completa Muratani.

O modelo quase virou um ser humano durante a sua apresentação, tendo o motor chamado de "coração", sua nova carroceria de "corpo", suas aptidões off-road de "alma Mitsubishi", e suas características como “personalidade”. Nada mais natural, portanto, que como qualquer pessoa o novo TR4 apresentasse defeitos. As dimensões do jipe, por exemplo, não foram alteradas e tanto o espaço traseiro como o porta-malas (315 litros) continuam reduzidos. O pequeno ângulo de abertura da porta traseira, somada com o seu diminuto tamanho, acaba por dificultar o acesso ao banco. Tal peculiaridade pode não ser relevante quando em uso urbano, mas o barro que se acumula nas laterais das portas traseiras quando o veículo realiza trilhas certamente marcará a roupa dos desavisados na hora de entrar ou sair.

O desenho do TR4 está mais limpo e ainda assim robusto, seguindo a linha da Pajero Dakar. O SUV também conta com extratores laterais de ar (que possuem função tanto estéticas quanto técnicas), além de estribos laterais e rack de teto novos.

Internamente a TR4 manteve o mesmo desenho e a extensa utilização de plástico, mas recebeu novo estofamento com um ar mais aconchegante. O painel inédito com coloração azul é de fácil leitura, mas o relógio digital com calendário parece ter sido "emprestado" de um Astra, destoando um pouco o conjunto. Após avaliar o modelo e seus detalhes, foi hora de ir para pista.

Percorremos cerca de 20 km com o modelo em um percurso que contava com trechos de estrada asfaltada e terreno de terra. A forte e quase ininterrupta chuva que caiu no dia precedente e no próprio dia do evento tornou o trecho fora-de-estrada extremamente liso. O TR4, no entanto, ignorou as condições climáticas adversas e seguiu com valentia exemplar todo o traçado, passando segurança para o motorista e diversão quando provocado.

A nova calibragem das molas e amortecedores em conjunto com os pneus de perfil mais baixo (225/65), calçados em rodas de aro 17" , tornaram o SUV sensivelmente mais confortável sem abdicar da robustez para circular fora de estrada. No asfalto o jipe é estável - levado em conta os 21,5 cm em relação ao solo -, e sua dirigibilidade é ótima no off-road. O sistema de tração conta com opções de tração 4x2 (traseira), 4x4, 4x4 com diferencial central bloqueado, e 4x4 com diferencial central bloqueado e reduzida. Na prática isso significa que o modelo possui opção de tração para todos os tipos de terreno, desde que sejam respeitados os seus ângulos de entrada, saída e inclinação lateral máxima, todos de 35º.


O motor, entre diversas alterações, teve a sua taxa de compressão elevada para 11:1, e agora gera 135 cavalos de potência a 5 500 rpm e 20 kgfm de torque com gasolina, e 140 cv a 5 500 rpm e 22 kgfm de torque quando abastecido com álcool. Apesar de ter melhorado a disposição do jipe, o propulsor ainda é ruidoso. A potência maior exigiu um novo câmbio nas versões automática e manual para suportar os valores de torque reajustados, embora as relações de marcha não tenham sido alteradas. O conjunto mostrou boa disposição nas trilhas e o desempenho de quem não tem pressa na estrada, características típicas da TR4. Segundo a Mitsubishi, este propulsor é em média 5% mais econômico que o anterior.

Visando aumentar o atrativo de vendas, a TR4 passou a ser equipada com um sistema de som que possui conectividade para iPod, Bluetooth, e entrada USB. A gama de cores do utilitário agora conta com 8 cores e a garantia do modelo agora é de dois anos com preço das revisões pré-estabelecidos. A Mitsubishi também oferece o próprio seguro para as versões do modelo, que custa em média 4,3 % do valor do veículo.

O TR4 corresponde a cerca de 26% das vendas da Mitsubishi no Brasil, e a empresa espera vender 1000 unidades/mês, sendo desse total 40% da versão atomática (R$ 71 990), 40% da manual (68 990) e 20% da versão de entrada GLS (R$ 65 550). Os concorrentes diretos do TR4, segundo a montadora, são Ford EcoSport, Hyundai Tucson, Suzuki Grand Vitara e Kia Sportage.

Fonte.: http://carroonline.terra.com.br/

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