quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Agile da Chevrolet 2010 - Família Viva










Primeiro membro do chamado projeto Viva, o Agile visualmente é muito parecido com o conceito GPiX, apresentado no Salão de São Paulo, em outubro de 2008. No entanto, apesar de inédito, o modelo parece uma mistura de Corsa com Celta, Vectra GT e até mesmo Meriva. A grade frontal segue a mais recente identidade estética da marca, que no Brasil já se mostra presente no utilitário Captiva, enquanto a parte traseira tem lanternas cujas linhas acompanham com harmonia o desenho do conjunto traseiro. Na lateral, o destaque é o enxerto plástico que dá continuidade aos traços das janelas. Em ruas e estradas argentinas, repletas de carros antigos, o hatch tem forte presença e já torce o pescoço de muitos “hermanos”.

“O Agile foi feito de dentro para fora”, explica Carlos Barba, diretor de engenharia da GMB. Ao entrar na cabine, nota-se que a ergonomia foi umas das prioridades no desenvolvimento do carro. Há espaço suficiente para quatro passageiros, porém, a presença de um quinto elemento compromete o conforto na fileira da traseira, que, por sinal, tem assentos muitos curtos. Segundo Barba, os bancos nesse formato são mais cômodos para passageiros de grande estatura. Outros destaques do habitáculo são os 27 porta-objetos, o assento do passageiro totalmente rebatível e a maleabilidade dos bancos traseiros. “Carrega uma prancha de surf sem problemas”, garante o engenheiro.

Para o motorista há regulagem manual da altura do banco e volante, que é levemente torto para esquerda. Herança do Celta? Talvez. Ainda seguindo a árvore genealógica da GM, o painel é inspirado no do Corvette, guardadas as proporções. Esse conceito é chamado pela empresa de “dual cockpit” e, segundo a marca, foi projetado para aumentar a sensação de espaço interno e criar uma maior individualidade entre motorista e passageiro. Segundo a análise de Colossi, responsável pelo marketing GM, a cabine é “luxuosa”. No entanto, do ponto de vista crítico, o acabamento que mistura plástico de diferentes tonalidades e textura é simples.

O Agile é um carro agradável de dirigir. A posição é boa e os comandos são extremamente suaves. O pedal de embreagem, por exemplo, é uma “manteiga”, e o câmbio manual de 5 marchas é bem escalonado e proporciona boas trocas para quem gosta de dirigir de forma mais esportiva. Porém, o modelo disponibilizado para o test-drive segue as especificações argentinas: roda somente com gasolina pura (a gasolina brasileira tem entre 20% a 25% de etanol anidro), o que o deixa com 10 cv a menos de potência e 1,2 kgfm de torque mais fraco em relação ao modelo destinado ao mercado brasileiro, segundo a GM. Ainda assim, mesmo transportando quatro ocupantes, o modelo demonstra boas respostas em baixa rotação e também retoma bem.

Seguindo pela Rota 7 de Mendoza, uma estrada que acompanha de perto os picos nevados das Cordilheiras dos Andes, o Agile mostrou-se sensível a ventos laterais. A rajada de vento da região, chamada de Zonda, é forte o suficiente para balançar o carro e mudar levemente seu curso. É preciso estar atento e segurar corretamente o volante nessa hora, mas não chega a ser algo que comprometa seriamente a segurança do automóvel. De acordo com Barba, o homem de design da Chevrolet, isso acontece por conta do elevado centro de gravidade do carro. Por outro lado, apesar dessa característica, o modelo é muito bom de curva.

Um dos trunfos do Chevrolet Agile é sua interessante lista de equipamentos de série. Na versão de entrada (LT), o modelo já vem com ajuste de altura do banco do motorista, direção hidráulica, limpador e desembaçador do vidro traseiro, computador de bordo, acendimento automático dos faróis, travas e vidros (dianteiros) elétricos, alarme e ar-condicionado. Como opcional, o Agile LT ainda pode ser equipado com airbags frontais, o que eleva seu preço a R$ 38 930.

A variante LTZ sai da fábrica com todos os itens da versão LT e ganha espelhos retrovisores com ajuste elétrico, rádio CD/MP3 player com conectividade USB, iPod e Bluetooth e faróis de neblina. Quem quiser incrementar ainda mais a versão pode optar por vidros elétricos traseiros, lanterna de neblina, airbags frontais e freio ABS (antitravamento) com EBD (sistema eletrônico de distribuição de frenagem por demanda). Com isso, a Chevrolet espera comercializar em torno de 3 500 unidades por mês.

Atributos para dar certo não faltam ao Agile. O design, tão defasado na linha GM nacional, é novo, o motor é bom e a lista de equipamentos vai fazer executivos de outras fabricantes se coçarem, além de acirrar a briga do segmento, representado por carros como Renault Sandero, Fiat Punto e Volkswagen Fox (que muda em breve). Seu preço também é bastante competitivo, mas o modelo como um todo ainda pode melhorar.

Nenhum comentário: